Nunca tinha prestado atenção tão profundamente na mudança das estações quanto agora nessas andanças pelo velho continente. Depois de um tímido verão, ele chega....e com ele vamos olhando atentamente a mudança nas árvores, as quedas das folhas, o contraste de suas cores....
As folhas caindo em nossa frente enquanto ainda tentamos nos acostumar com o ritmo da cidade, com a queda da temperatura e os novos hábitos...
A sensação de ver as folhas amareladas pelo chão, soprando no vento... e os jardins já praticamente descobertos das proteções frondosas das plantas, restando somente galhos secos a espera do frio, dá um certo desalento e melancolia que, na medida certa, nos leva a pensar o próprio sentido da vida...
Enquanto a estação toma conta da cidade...outras parecem inundar nossa alma... a cidade se fecha? as almas se encerram em seus sobretudos...e nos passos apressados pelas esquinas frias, mas será que completamente?
non, pas de tout...
É possível imaginar, mesmo com o inverno chegando em breve, que a alma poderá estar aquecida se não esquecer de sonhar, e se não se convencer de que pode ser feliz sozinha...para lembrar do verso do Tom, o Jobim...
E a primavera também virá... como a alma alimentada de beleza, de poesia, de encantamentos, de abraços e espantos a exalar perfumes, maciez e cores nos jardins dos encantamentos...
Diante da estações e de suas transformações fora e dentro de nós, é possível lembrar das palavras de Quintana sobre o tempo e que é preciso apenas que cuidemos dos nossos jardins, para que as borboletas venham....
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