sábado, 2 de fevereiro de 2008

Sopros de vida...


A vida só pode ser mesmo um sopro,
como intuiu Clarice Lispector, ao dar a um de seus livros esse nome....
Sopros de felicidade, de prazer, de alegrias...
Sopros de saudades, de ternura e poesias...
A vida só pode ser mesmo um sopro que aparece no rosto sorridente e mesmo naquele em que um lágrima cai ...
sopro que desliza no instante onde o verso inscreve a poesia, onde a música encontra a nota e onde a alma encontra ritmo....
A vida sopra onde quer ou seriamos nós?
esse é o nosso claro enigma, passo de notas de uma música ainda não tocada, só imaginada...
música que vamos compondo diante da vida... melodia que vai sendo ensaiada, emocionando a uns e outros ou não.
Notas que se inscrevem nas letras miúdas do cotidiano e que arrancam-nos de nossa placidez...
composição de ipês sendo levados pelo vento...
toque de viola no fim de tarde...
sanfona chorosa procurando o céu alaranjado ao partir do dia...
Reencontros de rostos e sinfonia de saudades que se afinam com o que carregamos na alma...