sábado, 27 de fevereiro de 2016

Adeus Ana

httpswww.facebook.comphoto.phpfbid=1088337551223899&set=gm.10154888106687619&type=3&theater



Que Sono.
Não Sonhos.
Rostos que não reconheço,
Nem sei se um dia conheci.
Palavras que nada me dizem. 
Semelhantes tanto que me nauseiam.
Repetidos rostos, gostos, gestos. 
Vozes sem eco.
Criança antes de olho brilhante e inspirador 
Hoje aceno distante do que um dia foi em mim.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Vive Ya




Já não cabemos na mesma existência,
meu corpo procura reencontrar as raízes do que o sustenta...a escrita de sensações que o põem de pé...
de tantos lugares vêm as paisagens que o tocam...que o fazem suspirar...
não é somente um rosto que me emociona, mas alguma coisa indescritível que aparece numa palavra, num sorriso e logo some, ... das flores que vi não guardo uma única lembrança, mas os múltiplos cheiros, as variadas cores estão impressas em mim.
de um momento vivido não guardo somente uma emoção, mas várias...as mais pequenas, imperceptíveis.
amo e nem sei o que amo,  a sensação vista  no rastro de uma palavra não dita, o toque que não se concretizou...amo o olhar que não aconteceu e que sobrevive apenas da fotografia digitalizada, vista por muitos olhos e que não tiveram a minha companhia?
amo a sensação do toque perdido nos anos, na distração de uma noite onde acompanhados pela música atravessamos a vida juntos, o sono compartilhado nas marcas do tempo, grafados no corpo que se espreguiça tentado recuperar o momento.
Instante de liberdade, ir e vir eram a mesma coisa,  a porta do corpo parecia sempre aberta ao tempo, ao reencontro.
Malade d´amour... procurando no sono os sonhos...debruçada sobre o que os poetas dizem, sobre o que li e escrevo...e sobre o que nada sei ...apenas adormeço e espero acordar dentro da sensação do encontro de mãos suadas encostadas uma na outra sem precisar pertencer.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Sous le vent...



"Os deuses não sabem apanhar o momento esvoaçante como quem aprisiona um besouro na mão, não sabem o contacto delicioso, inquietante do que- só uma vez! - os dedos reterão... " (Quintana, Baú de Espantos, 2006, p.125).

Apenas pensamentos é que tenho para te dar, embalado em sonhos, signos que não sei decifrar. Distraídos de nós mesmos nem sequer sabemos ler as grafias que a vida escreve, enquanto isso from the other side desconhecemos fronteiras do que se preserva esquecido, tocado. Pouco sabemos de nós mesmos e dos caminhos que trilhamos. Rostos que se desenham em contornos de espantos. Sensações de corpos que se conhecem, mãos que já se encontraram, tudo tecido em sonhos, estendidos numa colcha de retalhos que nos aquece nos invernos da alma.