quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Atravessando o Canal da Mancha...

Gare du Nord-Paris...



Tower Bridge


King's College...








No final de semana estive em Londres, a "terra do Big Ben" é bem perto da "terra da baguette", não posso dizer que conheci a cidade, mas gostei das impressões que tive dela...grande, intensa como as grandes metrópoles, mas com um tom aristocrático...e as devidas referências reais, na sua arquitetura, nos monumentos pelas ruas e mesmo nas cabines telefônicas...
Um pouco ao modo Sherlock Holmes...vou juntando as peças desse emaranhado de coisas que compõem um lugar ... lindos parques...pracinhas interessantes, os atalhos que vão contornando as ruas, as pontes, as estações centenárias do metrô londrino...
Fiquei perto da gravadora Abbey Road, em Westminster, e dá para ver que a beatlemania faz parte do lugar... nem o vento frio espanta as pessoas com suas máquinas pisando na mesma faixa de pedestre que os Beatles pisaram...
Aliás, as cidades são compostas de rituais, que a contam... e para isso os símbolos vão se tornando presentes para atualizar suas crenças, histórias, mitos...e Londres me parece intrigante por isso, por ser tão grande que abriga o lado da realeza, do centros comerciais, da alta tecnologia e ainda saímos com a impressão de que de fato ela não se conta inteira...mesmo que estejamos atentos aos ruídos do trânsitos, dos idiomas falados e das imagens cosmopolitas que a montam...a inventam...
Ah também tem o Rio Thames...suas pontes...rio que atravessa a cidade com a imponência do mar...ele a banha e enche os olhos de quem passa...
Nas paredes onde viveram seus habitantes ilustres destaques em bolinhas azuis...e claro não podia deixar de ir ver um dos lugares onde Vírginia Woolf morou...aliás, foi tão intenso ver os manuscritos dela (The Hours...) do livro Mrs. Dalloway, de Bach, Beethoveen...na British Libraire...
O que fica vivo de um lugar são as memórias daqueles que por ela passaram...
Mas, tem também as belezas sutis da natureza, como os esquilos atravessando nosso caminho no Regent's Park...e fazendo pose para fotografias...
os tradicionais pubs, com suas saborosas cervejas e lareiras para espantar o frio...ah e seus sinos que tocam anunciando para os fregueses que façam seus últimos pedidos.
Apesar da curiosidade antropológica, quase me engasgo de susto com as badaladas, aliás os sinos dos pubs deveriam ser mais famosos que o famoso Big Ben...que não se destaca tanto na paisagem da cidade...
Também algo que deveria ser cartão postal de Londres, são suas "velhinhas", como são elegantes e ...bonitinhas...com seus cabelinhos brancos...uma simpatia olhá-las...
Foi uma boa aventura, encontrar amigos, levar o pensamento para um passeio por outros sabores, hábitos e curiosidades...mesmo com o vento frio...
E para encerrar a viagem ainda voltei no último dia da Eurostar na estação de Waterloo...eles estavam eufóricos com a mudança...os cartazes em Paris eram super bizarros....o Mr. Bean...no lugar da Rainha...numa nota de 55 libras...ou um policial correndo pelado numa partida de Rugby...tudo para mostrar que são outros tempos em Londres...
mas o que importa mesmo é voltar para algum lugar com a sensação de que:
"sombras expectantes" nos acompanham, enquanto munidos com documentos que pouco revelam do que somos, seguimos sozinhos nos corredores das estações que: "costumam esperar os viajantes como se não tivessem mais nada a fazer além de aguardar sedentariamente aqueles que não param de se movimentar, partir e chegar" (João Gilberto Noll, Lorde).













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