Já não cabemos na mesma existência,
meu corpo procura reencontrar as raízes do que o sustenta...a escrita de sensações que o põem de pé...
de tantos lugares vêm as paisagens que o tocam...que o fazem suspirar...
não é somente um rosto que me emociona, mas alguma coisa indescritível que aparece numa palavra, num sorriso e logo some, ... das flores que vi não guardo uma única lembrança, mas os múltiplos cheiros, as variadas cores estão impressas em mim.
de um momento vivido não guardo somente uma emoção, mas várias...as mais pequenas, imperceptíveis.
amo e nem sei o que amo, a sensação vista no rastro de uma palavra não dita, o toque que não se concretizou...amo o olhar que não aconteceu e que sobrevive apenas da fotografia digitalizada, vista por muitos olhos e que não tiveram a minha companhia?
amo a sensação do toque perdido nos anos, na distração de uma noite onde acompanhados pela música atravessamos a vida juntos, o sono compartilhado nas marcas do tempo, grafados no corpo que se espreguiça tentado recuperar o momento.
Instante de liberdade, ir e vir eram a mesma coisa, a porta do corpo parecia sempre aberta ao tempo, ao reencontro.
Malade d´amour... procurando no sono os sonhos...debruçada sobre o que os poetas dizem, sobre o que li e escrevo...e sobre o que nada sei ...apenas adormeço e espero acordar dentro da sensação do encontro de mãos suadas encostadas uma na outra sem precisar pertencer.