Olho mas não sei o que vejo,
não consigo ser feiticeira de mim mesma nem de meu próprio destino.
Não sei qual o próximo passo, rastro a seguir.
Antes a paixão era um guia, hoje sentimentos difusos contornam o que sou,
o riso não tem tanta graça, o calor do corpo não contagia.
Morri? Indago-me. Morta talvez dentro das muitas vidas por viver.
Quantos castelos construídos dentro de mim que agora desmoronam...
Sonhos, desejos vistos num rosto que simplesmente não é o mesmo que antes parecia para mim sorrir.
Tudo talvez escorra pelos dedos e eu fique de mãos vazias. Loucuras.... às vezes sonho com um imenso movimento da vida, como uma revoada de pássaros onde todos num momento voltaríamos para o lado de quem precisamos encontrar. Armadilhas de mim?
Acho que nasci louca, louca de nascença como dizem, sonhando que com a ponta dos dedos posso fazer girar os relógios, suspender o tempo e abrigar-me.
Abraço em palavras o que desconheço. Descubro-me em mim a ponto de quase enlouquecer e voltar. Que rastros são esses que se inscrevem em mim...? porque não consigo ler?
Que as melodias da vida suavizem esta noite para que no sono eu durma e esqueça, adormeça...