quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Babel...

Quantas palavras ditas, mal ditas...e por dizer...
Quantos passos, firmes, fragéis, incertos...
Vivemos no tropeço das palavras e na tempestade dos sentimentos...
Olhamos os rostos e vemos um vendaval de possibilidades ...
Trocas carinhosas, toques amáveis e gestos agressivos, como se tudo fizesse parte de um mesmo túnel inesgotável de vida...
enquanto isso os passos se dão e o tempo vai recompondo os trajetos e a existência, tudo vai procurando forma...às vezes segue disforme...
Babel é o que somos, tudo "miúdo, recruzado", como já disse Guimarães Rosa... a vida se compondo como passagens e ao deitar fica apenas a ardência do desejo, as marcas dos sonhos....e o anseio por seguir vivendo apesar de tudo!

sábado, 27 de agosto de 2011

Regarde...

A cidade se compõe aos poucos,

Assim, sossegada,

Aos ventos,

Olhos passantes e ela se desvela

Dias... ensolarada,

Em maior parte nebulosa...

Tentam atravessá-las de passos, mas ela hesita, escapa,

Suas ruas, não são abrigos aos seus devaneios...

Os passos continuam, parar não é possível...

Acomoda o amontoado de luzes, ruídos...

Memórias, pensamentos, mundos inteiros de palavras.

Quando já não se podem dar passos ficam-se apenas os rastros deixados ou esquecidos, nas cidades, em suas formas, rostos não encontrados, passos seguidos...

Escritas de vivências, cartografias entre lembranças e esquecimentos...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

As Horas...



Enquanto corremos o tempo passa, as águas correm....

são tantas narrativas, são tantas horas de pessoas, tudo miúdo, recruzado, diria Riobaldo... imagens alegres, dias que nos fazem chorar, mas os passos precisam seguir por estradas que se espalham muito mais do que os passos, muito mais que o olhar.

A roda do tempo gira e é preciso escolher, transitar por lugares que nem sempre são os que se desejava andar. Lamas nos pés, lágrimas nos olhos, quando queríamos apenas vagar, sem tantas vozes, sem tantos ruídos... mas ouvindo as suavidades dos ventos e a quietude da alma....

Tem horas que carece na gente não ser nada, sair das lógicas lapidadas e criar percursos que nada legitimem, mas suavizem a vida, sem tanta pressa...ouvindo os traços do tempo e os passos das horas....